Não sei exatamente em que momento a gente parou de dançar junto. Só sei que teimei em sambar pra viver, e pra continuar a ser feliz, eu dancei sozinha como quem dança por dois. Não sei exatamente aonde as minhas rimas pararam de fazer poesia e viraram apenas refrões cansativos de um disco riscado. E hoje vejo que enquanto eu apressava e diminua, alternadamente, o tom da música, você já sabia a canção de cor. E enquanto eu achava que eu dançava no teu ritmo, você já havia esquecido os passos da dança. E enquanto eu teimava em escutar o dedilhado do violão do jeito que eu queria, você já não fazia som nenhum. Não sei exatamente aonde meu samba virou canção de uma nota só. Só sei que teu jeito de dançar devagarzinho era tão tranquilizante que nem parecia que você estava se despedindo.
Larissa Bottas
2 comentários:
Pô, Alene... Esse doeu, hein..
Tô passando por um momento meio assim, meio de transição, meio lá-meio cá, e essas palavras meio que traduziram o que tenho sentido.
Estamos num samba, só!
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