Fazendo-se de Indiferente
Quantas vezes fingi que não me importava... Que não ligava para
ausência de algumas pessoas em minha vida... Embora quase asfixiasse sem
compartilhar o mesmo ar com elas. Inúmeras vezes fingi ser forte
enquanto quebrava por dentro. Não foram poucas, também, as vezes em que
reprimi um beijo, um abraço e a enorme vontade de dizer: Fique, não vá,
não me deixe.
Quantas vezes
baixei o olhar para que eles, os meus olhos, não me traíssem e de fato
dissessem o que os meus lábios secretamente trancafiavam. Já me retorci
de vontade de tocar as mãos de alguém. Já afirmei que nada sentia
enquanto o meu coração gritava: Eu te amo, você é tudo para mim!
Assim segue a vida de todos nós. Deixamos pessoas que amamos partirem.
Damos importância a bobagens. E dessa forma, sem nada dizer,
escondendo-nos dos outros acabamos por nos perder de nós mesmos. Por
isso lhe digo:
Não traia os seus sentimentos, as suas verdades
ou o seu amor. Eles podem até não dar certo, mas ainda assim serão
seus, pois você os assumiu, vivenciou. Certo ou errado? Paixão vivida ou
abandono assumido? Tristeza diante da decepção ou alegria na conquista?
Como saber sem arriscar, sem assumir? Você atropelou a vida? Muito
melhor do que ser atropelado por ela. Tudo menos a indiferença diante
daquilo que você mais anseia por viver, seja um amor, um sonho, a
ousadia de uma nova ideia. Tudo menos olhar para um espelho e enxergar
um fantasma. Não finja. Viva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário