Quem voa sou eu...
Quer
saber uma verdade ? Quando você ama uma pessoa ausente, a saudade
esmaga no início, dói de verdade, mas uma hora, como tudo na vida, você
se acostuma. Mais cedo ou mais tarde, se acostuma. No começo você quer
saber como foi o dia dele, deseja a cada segundo que ele estivesse por
perto, vai de cinco em cinco minutos fuxicar as redes sociais. Até,
enfim, não sentir mais nada. Por muito tempo eu
me convecia todos os dias que sua ausência era temporária, necessária
pra sua vida voltar pro lugar, que você também tava morrendo de saudades
e querendo que isso acabasse logo. Por muito tempo eu fechei meus olhos
pro fato de você ser ausente e ponto, sem desculpinha. Pro fato de você
não sentir saudade merda nenhuma, porque eu me viraria do avesso pra
gente se encontrar dez minutos e você não movia nem um dedo pra isso.
Hoje, liberta do meu vício de você, eu vejo que sua ideia de amor,
relação e carinho são um tanto quanto vazias, banais. Hoje percebo que
você sempre me deu pouco, porque talvez seja seu máximo a oferecer. Sua
vidinha vazia te faz feliz porque ela não te cobra maturidade, você pode
ser moleque em paz. Tanto cara por aí, tanta vida pra eu entrar ainda, e
eu esse tempo todo deixando o mundo escapar pra tentar prender você.
Você acha que voa alto, e morre de medo de entrar em gaiola. Na verdade
você nem voa, filhote não sai do ninho, esse sempre foi nosso problema.
Quem voa sou eu. Agora eu sei.
Um comentário:
E a vida segue, e vem outros jeitos, olhares e cheiros...
Postar um comentário