No meio de um monte de cacos,
estilhaços, mágoas, dores, aparece alguém com uma “super cola”, um
sorriso lindo e diz: levanta menina! Um milhão de decisões equivocadas,
atitudes impensadas e impulsos desconexos passam pela nossa cabeça e
você hesita. Hesita, porque cicatriz de amor é uma das coisas mais
difíceis de se carregar na bagagem. Não tem roupa, cachecol, colar ou
armadura que esconda a marca eterna daquilo que não ficou. E a iminência
do amor, traz também muitas vezes, o presságio de uma nova ferida.
Daí a gente olha para o lado e tem a
amiga traída pelo namorado, o rolo inconsistente da mesa ao lado, o
beijo sem sentimento do cara balada, todos os sms não correspondidos e
pensa: não seria emocionalmente mais prudente caminhar sozinha?!
De fato seria. Mas ai tem também aquela
amiga radiante com os preparativos do casamento, o pedido inusitado de
namoro de dois desconhecidos no corredor da faculdade, a troca de
olhares amorosos do casal de amigos no bar, e todo o medo que motivava o
receio some, como num doce passo de mágica. Os pequenos requintes de
delicadeza como o gorjeio de um bem-te-vi pela manhã, nos fazem lembrar a
parte mais importante do amor: aquela que não dói.
É verdade o que dizem por ai: amor é
coisa de gente corajosa, amor é coisa de dois. Talvez por isso seja tão
absurdamente difícil criar vínculos com alguém. Não basta haver
oportunidade, tem que existir troca, predisposição. Tem que existir
parceria. Aquela que você troca sua bagagem pela do outro por livre
arbítrio e juntos, libertam para o mundo todas as pétalas mortas,
daquela flor, que um dia foi um suave buquê. Ao invés de bagagens, mãos
dadas. Ao invés de peso, leveza. O amor antes um pássaro engaiolado,
agora, permite-se ser livre.
http://www.casalsemvergonha.com.br/2012/12/07/sobre-o-medo-de-amar-de-novo/
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