"Ele
definitivamente é como todos os outros, sem delongas, sem mistério, sem
singularidades, exceto pelo fato de fazer meu coração palpitar em ritmo
de guerra. Eu procurei qualquer exceção, qualquer detalhe, qualquer
discrepância, que me propusesse a certeza da minha loucura, em olhá-lo e
sentir de fato o mundo inteiro parar. Até descobrir que a imparidade
dele começa e termina nos meus olhos, na minha
poesia, no meu contentamento em passar horas observando riso e barba se
encaixarem peculiarmente, enquanto qualquer coisa dentro de mim
congela. Meu livro, meu menino, meu disco predileto, minha teoria sobre
como o universo se tornou um lugar habitável. Alguém no mundo devia
estudar os teus passos e os meus, fazer eles dançarem na mesma direção e
finalmente me fazer compreender, os motivos pelos quais um par de
olheiras consome até a minha última gota de sanidade todos os dias. "
Nathália Brandão
Da página O moço e o ócio.
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