“Deu vontade de você. De ligar. De pegar o primeiro ônibus e correr pra te ver. Deu vontade de escutar aquele velho blues e ver sua cara de horror me vendo cantar loucamente. Deu vontade de dizer que o seu cabelo era lindo quando liso, mas que você sempre foi um menino mimado e estranho. Deu vontade de deitar no teu colo e escutar umas cem vezes que os meus olhos castanhos são as cores mais bonitas que você já viu na vida. Deu vontade de sair correndo na chuva com você atrás de mim reclamando que vai ficar gripado. Deu vontade daquele beijo safado de canto de boca. Deu vontade daquele abraço tão forte que parecia que ia me quebrar em duas. Deu vontade de te arrastar de volta pra mim. Deu vontade de dizer que o tempo não para, que a saudade não passa, que as memórias não apagam, e que os sentimentos não morrem. Deu vontade. Deu saudade. E só. Coisa que dá e passa.”
Carol Teixeira
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