Chegou um e-mail com a programação completa do meu curso de yoga. Chegou
outro com uma planilha de Excel cheia de datas que eu devo cumprir.
Chegou outro com a mais nova modalidade de assalto na Henrique
Schaumann. Grande bosta. Eu só queria que chegasse um e-mail seu. Ou
melhor: que você chegasse ao vivo. E que você me trouxesse aqui a sua
barriga, a sua nuca, a parte mais branca das sua coxas, a sua cara de
bravo até pra sentir prazer e o seu cheiro de cigarro com amaciante. Me
traz você, por favor. Me traz e leva embora todas essas coisas chatas
que só servem para ocupar minhas horas enquanto você não chega.
Meu jornal me diz que a Record comeu uma boa parte do share. E eu querendo comer você. Minha revista me diz que a Petrobrás comprou a Ipiranga. E eu querendo te trazer numa sacola e te usar dos pés à cabeça. A internet me diz que a crise aérea não tem solução. E essa minha saudade de você? Será que tem? Não, o segundo casamento não é uma praga papa, praga é sentir isso. Praga é acumular jornais, revistas, livros e papelada. Tudo sem ler. Tudo sem sentir. Porque me jogar pelos cantos e suspirar você é só o que eu consigo fazer.
Meu jornal me diz que a Record comeu uma boa parte do share. E eu querendo comer você. Minha revista me diz que a Petrobrás comprou a Ipiranga. E eu querendo te trazer numa sacola e te usar dos pés à cabeça. A internet me diz que a crise aérea não tem solução. E essa minha saudade de você? Será que tem? Não, o segundo casamento não é uma praga papa, praga é sentir isso. Praga é acumular jornais, revistas, livros e papelada. Tudo sem ler. Tudo sem sentir. Porque me jogar pelos cantos e suspirar você é só o que eu consigo fazer.
tati bernardi
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